sábado, 1 de junho de 2013

Raul Seixas Anarquilopolis


Anarkilopólis
Raul Seixas

Eu estava na cidade comprando milho pras galinhas
Quando um garoto chegou correndo para me avisar
Que a diligência do correio tinha deixado uma carta pra mim
Uma carta? De quem seria essa merda? ...é, pois é... , mas...
ah...não é que era da prefeitura de Anarkilópolis
Me convidando para uma festa da sua emancipação Ok boy.
whisky de montão eu vou beber E fazer tudo que eu quero fazer
Cada um manda no seu nariz Por isso que o povo lá é feliz
É isso aí! Meu filho, é isso aí...
Montei no meu "silver-jegue" E parti com o firme propósito
de unir o útil ao agradável Pois Anarkilópolis era também
O berço da minha amada A bela Josefina Lee
Filha única do meu amigo Xerife James Adean
Enquanto o jegue seguia rinchando Eu seguia pela estrada cantando:
Eu não sou besta pra tirar onda de herói
Sou vacinado, eu sou cowboy Cowboy fora da lei
Durango Kid só existe no gibi E quem quiser que fique aqui
Entrar pra história é com vocês
Quando eu e meu jegue chegamos em Anarkilópolis
Pensei que tinha me enganado até de cidade
Tinha uns caras mal encarados armados até os dentes
Percebi logo a situação
Os bandidos haviam dominado o lugar E mantinham todos como reféns
James Adean não era mais o Xerife
E só se via a cara das pessoas com tristeza e medo
Deus me livre, quase que eu dancei Dedo no gatilho era da lei
Sozinho e desarmado estava ali.. Pra o diabo, os que me chamaram aqui
Foi então..."Tá dominado cowboy!"

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